quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Relações de Trabalho e Períodos Históricos.

O trabalho livre sucedeu historicamente a outras formas de trabalho, como a escravidão e a servidão. Na Grécia Antiga, o trabalho era uma atividade exercida pelos escravos. Na Idade Média, as pessoas trabalhavam nos campos, ligadas a um senhor feudal, ou moravam nos burgos e eram artesãos. Em todos esses momentos da história, as pessoas executavam algum trabalho, mas não tinham emprego. O emprego só se dissemina com o capitalismo. Nele o trabalhador vende a sua força de trabalho (física ou mental) em troca de um salário. Ao conseguir o emprego, o trabalhador assina um contrato de trabalho que especifica suas funções. Ao contrário do que ocorria na Antiguidade, em que os escravos eram uma propriedade, e na Idade Média, em que os trabalhadores eram servos presos à terra do senhor feudal, no capitalismo os trabalhadores são livres para procurar outras condições de trabalho em um novo emprego. (Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola).
O esfacelamento do mundo feudal consistiu em um longo processo, no qual as velhas formas de trabalho artesanal foram sendo substituídas pelo trabalho em domicílio, a partir do campo, produzindo para as indústrias em desenvolvimento nas cidades. O crescimento da população expulsa do campo, incapacitada de produzir tudo aquilo de que necessitava para sobreviver (os seus meios de vida), fez com que a procura por esses bens aumentasse. Assim, durante o século XIV, foram desenvolvidas as indústrias rurais em domicílio, como forma de aumentar a produção. Os comerciantes distribuíam a matéria-prima nas casas dos camponeses e ali era executada uma parte ou a totalidade do trabalho. Essas indústrias representaram uma forma de transição entre o artesanato e a manufatura, e permitiram a acumulação de capital nas mãos desses comerciantes, além de formar mão de obra para o trabalho industrial nas cidades. A liberdade no capitalismo para muitos dos trabalhadores é relativa, uma vez que a grande maioria não pode escolher quem, quando, e, muitas vezes, onde procurar emprego. Mas o significado mais importante do trabalho livre ou da liberdade do trabalhador é dado pelo fato de que, com o esfacelamento do sistema feudal de produção, o servo libertou-se das amarras que o prendiam ao senhor feudal, mas perdeu o acesso aos meios de produção: terra, matéria-prima, instrumentos de trabalho. Então, passou a dispor de uma única propriedade – a sua força de trabalho. A produção capitalista pressupõe, como já vimos, a existência do trabalho livre, e não a servidão e a escravidão. O trabalhador é livre, isto é, não dispõe dos meios de trabalho e de vida, portanto é livre para vender a única propriedade de que dispõe, a sua força de trabalho. O trabalhador, por conseguinte, submete-se ao domínio do capital, aceitando suas imposições e determinações. É o capital que assume a função de dirigir, de supervisionar. Esse domínio do capital sobre o processo de trabalho se impõe, na medida em que o objetivo, o motivo que impele e direciona todo o processo de produção capitalista, é a expansão do próprio capital, a maior produção de mais-valia e, portanto, a maior exploração possível da força de trabalho. Mais-valia: O comprador da força de trabalho ou da capacidade de trabalho não se limita a usá-la somente durante o tempo necessário para repor o valor da força de trabalho, mas, sim, durante um tempo além dele, quando o trabalhador produzirá, então, um valor excedente, ou uma mais-valia, da qual o capitalista se apropria. A dominação do capital sobre o trabalho tem o objetivo de garantir a exploração do processo de trabalho social. Com isso, a dominação tem como condição o antagonismo inevitável entre o capitalista e o trabalhador. Com o próprio desenvolvimento da produção capitalista, esse controle assume formas peculiares. O capitalista se desfaz da supervisão direta e contínua e a entrega a um tipo especial de assalariado que passa a exercer a função exclusiva de supervisão, com os seus oficiais superiores (os diretores, os gerentes) e os suboficiais (contramestres, inspetores, capatazes etc.). Surge então uma hierarquia de comando que tem como objetivo impor a disciplina no interior da empresa. A disciplina tem como resultado, para o capital, o aumento da produtividade, mas da perspectiva do trabalho ela introduz uma série de regras de procedimento, uma hierarquia interna que, além de separar os indivíduos segundo a sua atividade, introduz também o controle político de uns sobre outros. Não se pode, portanto, discutir a questão da disciplina sem relacioná-la com o poder. Ou seja, trata-se de perceber como no interior da empresa é estabelecido um sistema de dominação em que os que detêm os meios de produção, ou o representam, têm o poder. (Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola). Questões: 1 – qual é o objetivo, segundo o texto, da dominação do capital sobre o trabalho. 2 – O que é mais-valia? 3 – Qual é a relação de trabalho, existente na antiguidade (idade antiga), na idade média e atualmente? Quais os respectivos sistemas econômicos e sociais de cada período histórico?(Tabela)

terça-feira, 15 de agosto de 2023

quinta-feira, 30 de março de 2023

Os índios estão aqui para ficar.

Material de apoio: prof. Braga Os índios estão aqui para ficar. (Maria Sylvia Porto Alegre) “Uma das maiores conquistas do homem é o reconhecimento da unidade da espécie humana: descendemos todos do Homo sapiens sapiens, surgido há cem mil anos atrás (...). Mais difícil é explicar a diversidade das culturas, entender que os seres humanos encontram soluções diferentes para as mesmas questões básicas. Pois aquilo que caracteriza a humanidade como uma só é exatamente a sua infinita capacidade de diferenciação, a aptidão para inventar costumes e modos de vida, a possibilidade de mudança e continuidade, de acordo com as circunstâncias geográficas, históricas e sociais. As diferentes culturas construídas pelo homem não se dissolvem facilmente, elas são dinâmicas e possuem um incrível potencial de sobrevivência. Quando os europeus conquistaram a América, no século XVI, foram tomados por um profundo sentimento de perplexidade e pelo desejo de obrigar os habitantes do “Novo Mundo” a se tornarem semelhantes ao modelo idealizado de homem ocidental. A negação aos índios do direito de existir tal como são é uma das experiências mais dolorosas do nosso passado. Eles sofreram a dominação, as imposições, o extermínio cultural, o genocídio. Foram escravizados e confinados em aldeamentos, cristianizados à força. Perderam a maior parte do território habitado pelos seus ancestrais há pelo menos 12 mil anos antes da chegada de Cabral. Sucumbiram às doenças trazidas pelos brancos e à violência da colonização. Mas também resistiram à incorporação, pegaram em armas, apelaram para as autoridades. Das centenas de pequenos grupos que formavam uma população em torno de cinco milhões de habitantes, a maioria foi extinta antes de findar o domínio colonial. Uma das maiores catástrofes demográficas da humanidade. Porém, numerosos povos indígenas permaneceram vivos até hoje e a população está crescendo: são 305 etnias e 28 comunidades tradicionais reconhecidas no Brasil atual (IBGE, 2022,MMA online), quase a metade pouco conhecida por antropólogos e linguistas. Muitos índios realçam suas diferenças e recorrem ao isolamento e ao silêncio, embrenhando-se nas matas. Outros permanecem em seus locais de origem, em intenso contato com a população regional. Absorveram as novidades dos brancos e se transformaram, mas também sua identidade, sua consciência de pertencer a uma origem comum e a memória de uma continuidade de muitos séculos. No Ceará, por exemplo, seis etnias estão identificadas no momento: os Jenipapo Kanindé, os Kariri, os Paiaku, os Pitaguari, os Tapeba e os Tremembé. São os próprios índios, de carne-e-osso, com sua história de sobrevivência em condições tão adversas, com seu esforço de diálogo, que contestam o etnocentrismo, a tendência a considerar o que é diferente de forma negativa e condenável. Temos muito a aprender com eles. Costumamos avaliar de forma positiva apenas as colunas que se desenvolvem num sentido semelhante ao nosso e que podemos compreender, porque são dotadas de significado para nós. Relutamos em admitir a divergência, repudiando as experiências desconhecidas, não compreensíveis pelo sistema de referência que utilizamos. É preciso superar o etnocentrismo, compreender que os índios têm um passado que desconhecemos, um presente que não vemos e uma possibilidade de futuro que não está pré-determinada. É preciso que a sociedade brasileira repare as injustiças cometidas, reconheça os direitos dos povos indígenas, colabore com as demarcações de suas terras, respeite os seus costumes e tradições, entenda que os índios estão aqui para ficar. Não só por eles mas por todos nós e pelas gerações futuras. Neste início de milênio o homem deve saber que a unidade e a diversidade são duas faces da mesma moeda. A sociodiversidade é essencial para a sobrevivência da humanidade e o equilíbrio do planeta. Não podemos aniquilá-la. Pelo contrário, temos que preservá-la como a nossa mais preciosa herança.” Questões: O que é cultura e diversidade cultural? O que é etnocentrismo? Como a autora descreve a conquista da América em seu texto? Quantos indígenas viviam aqui antes de Cabral chegar? Atualmente o número de índios está caindo ou crescendo? Quantas etnias indígenas há no Brasil atualmente? Qual a importância da sociodiversidade?

quinta-feira, 23 de março de 2023

Da Água Surge a Vida. De um curso d'água nasce a civilização.

"Da água surgiu a vida, de um curso d'água nasce uma civilização" Mensagem do dia: "O ouro tem muito valor e pouca utilidade, comparado à água, que é a coisa mais útil do mundo e não lhes dão valor".(Platão) Notadamente é sabido que a humanidade passou em toda sua história por duas grandes revoluções - agrícola e industrial, a água esteve presente nas duas; paradoxalmente ocasionando evolução por um lado e por outro, conflitos, doenças e morte. Palavra do dia : Revolução O termo revolução é usado devido à mudança radical que teve lugar nos hábitos e costumes dos humanos. A grande novidade foi fazer a água trabalhar pelo homem; e aprender a controlar os rios implicava também em controlar homens. A aprendizagem do trabalho coletivo para o bem comum na agricultura, foi o germe da civilização (urbanização) humana. (Braidwood, John, 1907) O Homo sapiens surgiu há aproximadamente 100 mil anos atrás, durante o último período de glaciação, que o motivou a habitar as zonas mais quentes da Terra na época, que eram a bacia hidrográfica dos rios Tigre e Eufrates na Mesopotâmia, os vales do rio Indu na Índia, e o rio Amarelo na China. História do Dia Mundial da Água O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado a discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.

quarta-feira, 8 de março de 2023

O Mundo se aproxima de um desastre irreversível, alerta Noam Chomsky.

Mundo se aproximando de um desastre 'irreversível', alerta Noam Chomsky A humanidade enfrenta uma ameaça crescente de guerra nuclear e destruição do clima, disse o filósofo americano O mundo está à beira do abismo devido ao aumento do risco de guerra nuclear, falha em enfrentar os desafios ambientais e diminuição da capacidade de enfrentar os problemas racionalmente, disse o filósofo e linguista de renome mundial Noam Chomsky O filósofo lembrou que nos últimos anos o Relógio do Juízo Final, que reflete o quão perto a humanidade está do Armagedom, se aproximou da meia-noite, o que simboliza a extinção da humanidade. Ele sugeriu que em alguns dias ela poderia estar ainda mais perto dessa marca. Segundo o filósofo, as principais preocupações da humanidade são “uma ameaça crescente de guerra nuclear” e “uma ameaça muito grave e crescente de destruição do clima”. O último problema persiste porque “os Estados não estão fazendo o que sabem que devem fazer para resolver esta crise” , disse ele. A terceira questão, continuou Chomsky, é “a deterioração de uma arena de debate e deliberação racionais e sérios” combinada com “o colapso das forças democráticas” em todo o mundo. O professor admitiu que, embora possa parecer que esse ponto não tem nada a ver com a ameaça de guerra nuclear e mudança climática, o debate racional é “a única esperança para lidar com os dois primeiros”. “Todos os três pioraram consideravelmente durante o ano passado e, a menos que haja uma reversão acentuada, simplesmente estaremos caminhando para um precipício, caindo irreversivelmente, e não em um futuro muito distante” , alertou. Seus comentários foram feitos depois que, no início desta semana, o ex-presidente russo Dmitry Medvedev disse que aqueles que querem ver Moscou derrotado na Ucrânia ignoram o fato de que “uma perda de uma potência nuclear em uma guerra convencional pode desencadear o início de uma guerra nuclear”. Moscou acredita que o conflito na Ucrânia é uma guerra por procuração travada contra ela pelos EUA e seus aliados. No entanto, a Rússia disse repetidamente que uma guerra nuclear nunca deve ser travada, com sua doutrina militar permitindo o uso de armas atômicas apenas se a própria existência do estado estiver ameaçada.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Cultura "Woke" Material para debate em sala de aula.

O que é 'woke' e por que o termo gera uma batalha cultural e política nos EUA o termo gera uma batalha cultural e política nos EUA "Acordei." Este é o significado literal da palavra woke, passado do verbo wake, que significa "acordar, despertar". Mas recentemente o termo ganhou significados bem mais amplos. Na gíria norte-americana, ser ou estar woke pode indicar com quais posturas políticas você se mais se identifica. O uso de woke surgiu na comunidade afro-americana. Originalmente, ele queria dizer "estar alerta para a injustiça racial". "Muitas pessoas acreditam que quem o cunhou foi (o romancista) William Melvin Kelley (1937-2017)", afirma Elijah Watson, editor de notícias e cultura do website de música norte-americana Okayplayer e autor de uma série de artigos sobre a origem do termo woke. Em 1962, Kelley publicou um artigo no jornal The New York Times com o título If You're Woke, You Dig it ("Se você estiver acordado, entenderá", em tradução livre), segundo Watson. O termo ressurgiu na última década com o movimento Black Lives Matter, criado para denunciar a brutalidade policial contra as pessoas afrodescendentes. Mas, desta vez, seu uso se espalhou para além da comunidade negra e passou a ser empregado com significado mais amplo. Até que, em 2017, o dicionário inglês Oxford acrescentou este novo significado de woke, definido como: "estar consciente sobre temas sociais e políticos, especialmente o racismo". Parece algo positivo, certo? Mas isso depende da pessoa a quem se faz essa pergunta. Assim como algumas pessoas se autodefinem com muito orgulho como alguém woke, ou atento contra a discriminação e a injustiça, outros utilizam o termo como insulto. O próprio dicionário Oxford faz esta distinção. Após a definição, ele acrescenta: "esta palavra é frequentemente empregada com desaprovação por pessoas que pensam que outros se incomodam muito facilmente com estes assuntos, ou falam demais sobre eles, sem promover nenhuma mudança". Segundo o dicionário americano Merriam-Webster, o termo é usado com desaprovação para referir-se a alguém politicamente liberal (em temas como justiça racial e social), especialmente de forma considerada insensata ou extremista. Ou seja, para algumas pessoas, ser woke é ter consciência social e racial, questionando paradigmas e normas opressores historicamente impostos pela sociedade. Já para outros, o termo descreve hipócritas que acreditam que são moralmente superiores e querem impor suas ideias progressistas sobre os demais. Os críticos da cultura woke questionam principalmente os métodos coercitivos adotados por pessoas que eles acusam ser "policiais da linguagem" — sobretudo em expressões e ideias consideradas misóginos, homofóbicos ou racistas. Um método que vem gerando muito mal estar é o "cancelamento": o boicote social e profissional, normalmente realizado por meio das redes sociais, contra indivíduos que cometeram ou disseram algo que, para eles, é intolerável. Para as pessoas woke, trata-se de uma forma de protesto não violento que permite empoderar grupos historicamente marginalizados da sociedade e corrigir comportamentos, especialmente nos setores mais privilegiados que, até agora, eram parte do status quo e persistiam sem punição, nem mudança. Mas os críticos afirmam que o cancelamento é a correção política levada ao extremo e que ele atenta contra a liberdade de expressão e "os valores tradicionais norte-americanos". Batalha política O que começou como um choque cultural foi se transformando em um enfrentamento político. O termo woke tornou-se sinônimo de políticas liberais ou de esquerda, que defendem temas como igualdade racial e social, feminismo, o movimento LGBTQIA+, o uso de pronomes de gênero neutro, o multiculturalismo, a vacinação, o ativismo ecológico e o direito ao aborto. São políticas associadas, nos Estados Unidos, ao Partido Democrata do presidente Joe Biden e à ala mais liberal, que inclui políticos americanos como os congressistas Bernie Sanders e Alexandria Ocasio-Cortez. Por outro lado, a ala mais extrema do Partido Republicano, liderada pelo ex-presidente americano Donald Trump, acredita que essas políticas representam não só uma ameaça aos "valores da família", mas também à própria democracia, que se pretenderia "substituir por uma tirania woke". Em 2020, um dos eixos centrais da campanha para a reeleição de Trump foi combater os chamados woke lefties ("esquerdistas despertos") que, segundo ele, praticam o "fascismo da extrema esquerda". O então presidente afirmou que a "cultura do cancelamento" estava "expulsando as pessoas dos seus trabalhos, envergonhando os dissidentes e exigindo a total submissão de qualquer pessoa que não esteja de acordo". "É a própria definição de totalitarismo", acusou o líder republicano. Já para os democratas, o autoritário é Trump, algo que, segundo eles, ficou demonstrado quando ele se recusou a deixar o poder após sua derrota eleitoral e seus simpatizantes invadiram o Capitólio. Longe de equilibrar o debate, os dois primeiros anos do governo Biden aprofundaram a polarização entre os dois setores. Segundo o centro de pesquisas norte-americano Pew Research Center, "hoje, os democratas e os republicanos estão ideologicamente mais afastados do que em qualquer outro momento nos últimos 50 anos". E uma pesquisa realizada em setembro pela rede de TV CBS demonstrou que quase a metade dos membros de ambos os partidos considera o outro não como um opositor político, mas como um "inimigo". (Fonte: site da Rede BBC News). texto completo em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-63547369 Questões: - O que, significa "Woke", segundo o texto qual sua origem? - Você é favorável ou não ao "woke"? Argumentei justificando a sua resposta.