quinta-feira, 30 de março de 2023

Os índios estão aqui para ficar.

Material de apoio: prof. Braga Os índios estão aqui para ficar. (Maria Sylvia Porto Alegre) “Uma das maiores conquistas do homem é o reconhecimento da unidade da espécie humana: descendemos todos do Homo sapiens sapiens, surgido há cem mil anos atrás (...). Mais difícil é explicar a diversidade das culturas, entender que os seres humanos encontram soluções diferentes para as mesmas questões básicas. Pois aquilo que caracteriza a humanidade como uma só é exatamente a sua infinita capacidade de diferenciação, a aptidão para inventar costumes e modos de vida, a possibilidade de mudança e continuidade, de acordo com as circunstâncias geográficas, históricas e sociais. As diferentes culturas construídas pelo homem não se dissolvem facilmente, elas são dinâmicas e possuem um incrível potencial de sobrevivência. Quando os europeus conquistaram a América, no século XVI, foram tomados por um profundo sentimento de perplexidade e pelo desejo de obrigar os habitantes do “Novo Mundo” a se tornarem semelhantes ao modelo idealizado de homem ocidental. A negação aos índios do direito de existir tal como são é uma das experiências mais dolorosas do nosso passado. Eles sofreram a dominação, as imposições, o extermínio cultural, o genocídio. Foram escravizados e confinados em aldeamentos, cristianizados à força. Perderam a maior parte do território habitado pelos seus ancestrais há pelo menos 12 mil anos antes da chegada de Cabral. Sucumbiram às doenças trazidas pelos brancos e à violência da colonização. Mas também resistiram à incorporação, pegaram em armas, apelaram para as autoridades. Das centenas de pequenos grupos que formavam uma população em torno de cinco milhões de habitantes, a maioria foi extinta antes de findar o domínio colonial. Uma das maiores catástrofes demográficas da humanidade. Porém, numerosos povos indígenas permaneceram vivos até hoje e a população está crescendo: são 305 etnias e 28 comunidades tradicionais reconhecidas no Brasil atual (IBGE, 2022,MMA online), quase a metade pouco conhecida por antropólogos e linguistas. Muitos índios realçam suas diferenças e recorrem ao isolamento e ao silêncio, embrenhando-se nas matas. Outros permanecem em seus locais de origem, em intenso contato com a população regional. Absorveram as novidades dos brancos e se transformaram, mas também sua identidade, sua consciência de pertencer a uma origem comum e a memória de uma continuidade de muitos séculos. No Ceará, por exemplo, seis etnias estão identificadas no momento: os Jenipapo Kanindé, os Kariri, os Paiaku, os Pitaguari, os Tapeba e os Tremembé. São os próprios índios, de carne-e-osso, com sua história de sobrevivência em condições tão adversas, com seu esforço de diálogo, que contestam o etnocentrismo, a tendência a considerar o que é diferente de forma negativa e condenável. Temos muito a aprender com eles. Costumamos avaliar de forma positiva apenas as colunas que se desenvolvem num sentido semelhante ao nosso e que podemos compreender, porque são dotadas de significado para nós. Relutamos em admitir a divergência, repudiando as experiências desconhecidas, não compreensíveis pelo sistema de referência que utilizamos. É preciso superar o etnocentrismo, compreender que os índios têm um passado que desconhecemos, um presente que não vemos e uma possibilidade de futuro que não está pré-determinada. É preciso que a sociedade brasileira repare as injustiças cometidas, reconheça os direitos dos povos indígenas, colabore com as demarcações de suas terras, respeite os seus costumes e tradições, entenda que os índios estão aqui para ficar. Não só por eles mas por todos nós e pelas gerações futuras. Neste início de milênio o homem deve saber que a unidade e a diversidade são duas faces da mesma moeda. A sociodiversidade é essencial para a sobrevivência da humanidade e o equilíbrio do planeta. Não podemos aniquilá-la. Pelo contrário, temos que preservá-la como a nossa mais preciosa herança.” Questões: O que é cultura e diversidade cultural? O que é etnocentrismo? Como a autora descreve a conquista da América em seu texto? Quantos indígenas viviam aqui antes de Cabral chegar? Atualmente o número de índios está caindo ou crescendo? Quantas etnias indígenas há no Brasil atualmente? Qual a importância da sociodiversidade?

quinta-feira, 23 de março de 2023

Da Água Surge a Vida. De um curso d'água nasce a civilização.

"Da água surgiu a vida, de um curso d'água nasce uma civilização" Mensagem do dia: "O ouro tem muito valor e pouca utilidade, comparado à água, que é a coisa mais útil do mundo e não lhes dão valor".(Platão) Notadamente é sabido que a humanidade passou em toda sua história por duas grandes revoluções - agrícola e industrial, a água esteve presente nas duas; paradoxalmente ocasionando evolução por um lado e por outro, conflitos, doenças e morte. Palavra do dia : Revolução O termo revolução é usado devido à mudança radical que teve lugar nos hábitos e costumes dos humanos. A grande novidade foi fazer a água trabalhar pelo homem; e aprender a controlar os rios implicava também em controlar homens. A aprendizagem do trabalho coletivo para o bem comum na agricultura, foi o germe da civilização (urbanização) humana. (Braidwood, John, 1907) O Homo sapiens surgiu há aproximadamente 100 mil anos atrás, durante o último período de glaciação, que o motivou a habitar as zonas mais quentes da Terra na época, que eram a bacia hidrográfica dos rios Tigre e Eufrates na Mesopotâmia, os vales do rio Indu na Índia, e o rio Amarelo na China. História do Dia Mundial da Água O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado a discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.

quarta-feira, 8 de março de 2023

O Mundo se aproxima de um desastre irreversível, alerta Noam Chomsky.

Mundo se aproximando de um desastre 'irreversível', alerta Noam Chomsky A humanidade enfrenta uma ameaça crescente de guerra nuclear e destruição do clima, disse o filósofo americano O mundo está à beira do abismo devido ao aumento do risco de guerra nuclear, falha em enfrentar os desafios ambientais e diminuição da capacidade de enfrentar os problemas racionalmente, disse o filósofo e linguista de renome mundial Noam Chomsky O filósofo lembrou que nos últimos anos o Relógio do Juízo Final, que reflete o quão perto a humanidade está do Armagedom, se aproximou da meia-noite, o que simboliza a extinção da humanidade. Ele sugeriu que em alguns dias ela poderia estar ainda mais perto dessa marca. Segundo o filósofo, as principais preocupações da humanidade são “uma ameaça crescente de guerra nuclear” e “uma ameaça muito grave e crescente de destruição do clima”. O último problema persiste porque “os Estados não estão fazendo o que sabem que devem fazer para resolver esta crise” , disse ele. A terceira questão, continuou Chomsky, é “a deterioração de uma arena de debate e deliberação racionais e sérios” combinada com “o colapso das forças democráticas” em todo o mundo. O professor admitiu que, embora possa parecer que esse ponto não tem nada a ver com a ameaça de guerra nuclear e mudança climática, o debate racional é “a única esperança para lidar com os dois primeiros”. “Todos os três pioraram consideravelmente durante o ano passado e, a menos que haja uma reversão acentuada, simplesmente estaremos caminhando para um precipício, caindo irreversivelmente, e não em um futuro muito distante” , alertou. Seus comentários foram feitos depois que, no início desta semana, o ex-presidente russo Dmitry Medvedev disse que aqueles que querem ver Moscou derrotado na Ucrânia ignoram o fato de que “uma perda de uma potência nuclear em uma guerra convencional pode desencadear o início de uma guerra nuclear”. Moscou acredita que o conflito na Ucrânia é uma guerra por procuração travada contra ela pelos EUA e seus aliados. No entanto, a Rússia disse repetidamente que uma guerra nuclear nunca deve ser travada, com sua doutrina militar permitindo o uso de armas atômicas apenas se a própria existência do estado estiver ameaçada.