segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Atividade de Sociologia - O homem, o instinto e a cultura.

Atividade de Sociologia - O homem, o instinto e a cultura.

Neste texto vamos tratar da relação entre instinto e cultura. Escolhendo, por exemplo, uma espécie de animal, como os lobos. Constatamos que eles, como outros animais, também vivem em grupo, que há regras no grupo e que, inclusive, há um macho que parece comandá-lo. Logo, entre os lobos há hierarquia e uma organização social. Mas entre eles não há cultura.

Por que entre eles não há cultura?

Não há cultura entre os lobos, pois não há tradição viva, elaborada de geração para geração, que permita tornar única e singular uma dada sociedade. Uma tradição viva nada mais é do que um conjunto de escolhas. Ter tradição não significa só viver determinadas regras, pois os animais vivem regras, mas viver conscientemente as regras. Sob determinadas circunstâncias os animais vão sempre agir e reagir da mesma forma. Um grupo de lobos só agirá de forma diferente em relação a outros grupos se um elemento externo ao grupo influenciá-lo; caso isso não ocorra, agirá sempre da mesma forma. Se eles mudam suas regras, fazem isso por mudanças no meio.

Com o homem não acontece o mesmo, pois nós estamos inseridos em culturas, em tradições. A cada grupo humano corresponde uma tradição cultural.


Só o homem tem essa capacidade de se projetar em tudo o que faz. Ele projeta seus valores, suas ideias, nos objetos que constrói. Pois o ser humano deixa vestígios de suas relações sociais nos objetos. O homem não se adapta à natureza como os outros animais. Ele transforma a natureza, interage com ela. Só ele tem a capacidade de transformar a natureza. Os animais sempre se adaptam ao meio ou, então, morrem.


Muitas espécies animais foram extintas porque ocorreram mudanças na natureza (resultantes ou não da ação do homem sobre a natureza) e estas espécies não conseguiram se adaptar. Com o homem isso não acontece; nós não só nos adaptamos à natureza como também, principalmente, interagimos com ela, transformando-a. Um animal pode ser criado em outro ambiente e não vai deixar de ser um animal e de adquirir as características de sua espécie. Por exemplo: o gato criado por cachorros não latirá. Mas o mesmo não acontece com o homem: transferido para outro ambiente, ele buscará adaptar-se, transformando o meio que o cerca, criando objetos e símbolos e se transformando também nesse processo.

O mundo humano se desenvolve em um ritmo dialético com a natureza, ou seja, o homem não responde como os animais às mudanças que ocorrem, pois diferentes culturas encontram diferentes formas de reagir às mudanças. Pode-se dizer que um animal, à medida que cresce, comporta-se cada vez mais como um membro de sua espécie. Por exemplo, uma onça cada vez mais se comporta como uma onça conforme cresce e se adapta ao meio. Mas não podemos dizer que um homem está se tornando mais homem, pois não há uma única possibilidade de ser homem.

A noção de adaptação, quando referida aos seres humanos, é mais difícil, pois não há uma única maneira de o homem adquirir sua humanidade, muito pelo contrário. E isso é dado pela cultura. A resposta do homem ao meio é cultural, pois somente nós temos essa capacidade de transformar. Nós somos homens porque respondemos de modo específico às mudanças. Logo, um homem não se torna apenas mais um homem à medida que cresce, mas sobretudo se torna um brasileiro, um americano, um boliviano, um coreano, um chinês, um alemão, um árabe etc. se comunicam. O comportamento dos homens é regido por símbolos que variam de uma cultura para outra. Com os animais não acontece o mesmo.

É possível dizer que o homem é movido muito mais pela cultura do que pelos seus instintos. Verificamos que isso se deve à forma por meio da qual os homens se comunicam. O comportamento dos homens é regido por símbolos que variam de uma cultura para outra (sociocultural). O comportamento dos animais é regido pelos instintos, pela natureza (biossociais).

É possível dizer que o homem é movido mais pela cultura do que pelos seus instintos.

Questões:

1 – Por que entre os animais não há cultura?

2 – Por que muitas espécies de animais foram extintas?

3 – Como, segundo o texto é regido o comportamento dos homens?

Atividade de Sociologia 2ªsérie - Transformações no mundo do trabalho – II.

A junção do controle de tempo com a esteira na linha de produção recebeu o nome de fordismo-taylorismo. Esse foi o sistema de produção predominante até a década de 1960, que se caracterizava por: produção em massa e altamente homogeneizada, utilização do trabalho parcelar, o operário visto como um apêndice da máquina, executando atividade repetitiva. Conseguiu reduzir o tempo de produção e aumentar o ritmo. Era a mescla da produção em série fordista com o cronômetro

taylorista. A dimensão intelectual do trabalho ficava a cargo de bem poucos, pois utilizava uma grande massa de trabalhadores pouco ou semiqualificados.

O regime de acumulação flexível é caracterizado por uma intensa racionalização, com a introdução da microeletrônica e, principalmente, pela flexibilidade de tudo que se refere à produção, ou seja, mercados de trabalho, processos de trabalho, produtos e padrões de consumo (HARVEY, 1992). Define-se um novo padrão para a produção, alterando não só as condições técnicas em que o trabalho é realizado, mas também os padrões de relacionamento dos trabalhadores entre si, as suas formas de organização, mobilização e reivindicação. Novos termos passam a ser usados para explicar o que está acontecendo. Fala-se hoje em um processo de produção “enxuto”, em que os desperdícios de materiais e mão de obra, irracionalidades e grandes estoques devem ser evitados; o trabalhador agora não é mais especializado, é polivalente, ou seja, realiza mais de uma tarefa, operando mais de uma máquina; o trabalhador não fica mais fixo a um posto de trabalho na linha de produção, mas trabalha em grupos ou equipes; o trabalhador não é mais visto como mero executor das determinações vindas da gerência, mas espera-se que ele participe das decisões, fornecendo sugestões para melhorar a produção e aumentar a produtividade. Diminui, assim, a distância entre os gerentes e os trabalhadores, referidos como parceiros envolvidos nos interesses comuns de aumento da produtividade e da qualidade do produto. Diante de todas essas mudanças, o trabalhador tem, de um lado, as suas antigas habilidades destruídas, mas, de outro, enfrenta a necessidade de reconstruir habilidades e se requalificar para o trabalho nessas novas condições, ampliando a sua escolaridade e formação profissional. Como se vê, os novos processos de trabalho, aliados à introdução de novas tecnologias, alteraram não só o modo de trabalhar, mas provocaram alterações na exigência de qualificação dos trabalhadores, nas condições de trabalho, nas relações existentes no local de trabalho.

Uma das principais consequências da flexibilização na produção diz respeito ao mercado de trabalho, com a imposição de regimes e contratos de trabalho mais flexíveis. O trabalhador com emprego regular, diante do risco da demissão, submete-se às exigências específicas de cada empresa, o que pode significar: baixos salários, longas jornadas de trabalho com o aumento das horas extras, intensificação do ritmo do trabalho. Mas, além dessas consequências para aqueles que têm um emprego, ocorre aumento do trabalho em tempo parcial, do trabalho por tempo determinado ou temporário, do trabalho em domicílio ou do trabalho autônomo. As formas estáveis de trabalho estão sendo substituídas pelas formas precárias, geralmente acompanhadas por uma redução nos salários, sem garantias ou benefícios sociais e em condições inferiores quanto à segurança e às instalações. (Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola).


Questões.


1 – O que é Taylorismo?

2 – O que é Fordismo?

3 - O que é regime de acumulação flexível?