A junção do controle de tempo com a esteira na linha de produção recebeu o nome de fordismo-taylorismo. Esse foi o sistema de produção predominante até a década de 1960, que se caracterizava por: produção em massa e altamente homogeneizada, utilização do trabalho parcelar, o operário visto como um apêndice da máquina, executando atividade repetitiva. Conseguiu reduzir o tempo de produção e aumentar o ritmo. Era a mescla da produção em série fordista com o cronômetro
taylorista. A dimensão intelectual do trabalho ficava a cargo de bem poucos, pois utilizava uma grande massa de trabalhadores pouco ou semiqualificados.
O regime de acumulação flexível é caracterizado por uma intensa racionalização, com a introdução da microeletrônica e, principalmente, pela flexibilidade de tudo que se refere à produção, ou seja, mercados de trabalho, processos de trabalho, produtos e padrões de consumo (HARVEY, 1992). Define-se um novo padrão para a produção, alterando não só as condições técnicas em que o trabalho é realizado, mas também os padrões de relacionamento dos trabalhadores entre si, as suas formas de organização, mobilização e reivindicação. Novos termos passam a ser usados para explicar o que está acontecendo. Fala-se hoje em um processo de produção “enxuto”, em que os desperdícios de materiais e mão de obra, irracionalidades e grandes estoques devem ser evitados; o trabalhador agora não é mais especializado, é polivalente, ou seja, realiza mais de uma tarefa, operando mais de uma máquina; o trabalhador não fica mais fixo a um posto de trabalho na linha de produção, mas trabalha em grupos ou equipes; o trabalhador não é mais visto como mero executor das determinações vindas da gerência, mas espera-se que ele participe das decisões, fornecendo sugestões para melhorar a produção e aumentar a produtividade. Diminui, assim, a distância entre os gerentes e os trabalhadores, referidos como parceiros envolvidos nos interesses comuns de aumento da produtividade e da qualidade do produto. Diante de todas essas mudanças, o trabalhador tem, de um lado, as suas antigas habilidades destruídas, mas, de outro, enfrenta a necessidade de reconstruir habilidades e se requalificar para o trabalho nessas novas condições, ampliando a sua escolaridade e formação profissional. Como se vê, os novos processos de trabalho, aliados à introdução de novas tecnologias, alteraram não só o modo de trabalhar, mas provocaram alterações na exigência de qualificação dos trabalhadores, nas condições de trabalho, nas relações existentes no local de trabalho.
Uma das principais consequências da flexibilização na produção diz respeito ao mercado de trabalho, com a imposição de regimes e contratos de trabalho mais flexíveis. O trabalhador com emprego regular, diante do risco da demissão, submete-se às exigências específicas de cada empresa, o que pode significar: baixos salários, longas jornadas de trabalho com o aumento das horas extras, intensificação do ritmo do trabalho. Mas, além dessas consequências para aqueles que têm um emprego, ocorre aumento do trabalho em tempo parcial, do trabalho por tempo determinado ou temporário, do trabalho em domicílio ou do trabalho autônomo. As formas estáveis de trabalho estão sendo substituídas pelas formas precárias, geralmente acompanhadas por uma redução nos salários, sem garantias ou benefícios sociais e em condições inferiores quanto à segurança e às instalações. (Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola).
Questões.
1 – O que é Taylorismo?
2 – O que é Fordismo?
3 - O que é regime de acumulação flexível?
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