
Atividade de Sociologia: Violência escolar: o papel de cada um.
Sobre a violência escolar, pode parecer que o aluno é o único responsável pela violência no cotidiano escolar; porém, as relações conflituosas se dão não apenas entre colegas, mas entre todos os membros participantes da estrutura da escola: diretores, coordenadores pedagógicos, inspetores de alunos, professores e demais funcionários. Nesse sentido, cabe uma breve discussão sobre o papel de cada um nesse cotidiano.
Uma pesquisa recente realizada pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, a pedido do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, em 501 escolas públicas do País, envolvendo 18 599 estudantes, pais, mães, professores e funcionários, mostrou que o preconceito e a discriminação estão fortemente presentes na escola pública. As principais vítimas de preconceito são os portadores de necessidades especiais, os negros, os homossexuais e os pobres.
A atitude discriminatória dentro e fora da sala de aula, inclusive por parte de pais e
educadores, contribui para o baixo desempenho e para a reprodução da violência escolar. O aluno que se sente estigmatizado por qualquer razão dentro da sala de aula e fora dela não desenvolve qualquer relação positiva com a atividade escolar e deixa de aprender. Para ele, abandonar ou destruir a escola e desrespeitar os colegas e o professor são a forma de exteriorizar o sofrimento de não se sentir no mesmo direito de estar ali.
“A educação é um processo interativo, em que a subjetividade do educador se mistura com a subjetividade do educando, buscando um entendimento, uma linguagem unificada a partir das diferenças. Então, esse educador necessita se conhecer, se dominar, e ter uma consideração positiva do outro, especialmente quando esse outro traz em si as marcas dos estigmas, e já não tem muito o que esperar da sociedade e da escola.” MARRA, C. A. dos S. Violência escolar – A percepção dos atores escolares e a repercussão no cotidiano da escola. São Paulo: Annablume, 2007. p. 124.
Por essa razão, a interação entre educador e educando não pode prescindir da afetividade e da confiança que facilitam o diálogo, atributos exatamente opostos ao medo, à desconfiança, ao revide ou ao silêncio induzido pela ameaça. As pesquisas sobre violência escolar desenvolvidas por sociólogos e educadores no contexto brasileiro têm chegado a resultados semelhantes quando analisam as motivações para os conflitos entre educadores e educandos. Por um lado, é possível afirmar que parte das dificuldades enfrentadas pelos alunos, em termos de expectativas e rendimento, tem a ver com as trajetórias escolares de seus familiares mais próximos; ou seja, em ambientes familiares em que tradicionalmente não há o hábito do estudo ou os pais não tiveram a oportunidade de completar a escolaridade básica, os alunos têm mais dificuldade de encontrar apoio para realizar suas tarefas, estudar e melhorar seu desempenho. Por outro lado, práticas pedagógicas desinteressantes e relacionamento inadequado (muitas vezes, marcado por preconceitos, atitudes autoritárias e sem sentido para os alunos) são apontados como fatores que propiciam atitudes antissociais que evoluem para a violência propriamente dita entre professores e alunos.
Questões da atividade:
1 – Segundo o texto, o preconeito e a discriminação não estão presentes na escola pública?
2 – Quais são as principais vítimas dos preconceitos na violência escolar?
3 – Na sua opinião, o que fazer para acabar com a violência escolar?
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