segunda-feira, 29 de junho de 2020
Atividade de Sociologia - Jovens e consumo.
Hoje,
é comum nos referirmos às pessoas entre 13 e 30 anos como jovens.
Essa delimitação às vezes se estende às pessoas um pouco mais
velhas ou mesmo mais novas. Às vezes podemos usar o termo “jovem”
em vez de “adolescente”. Isso ocorre porque não há uma
definição muito precisa de quando começa a idade “jovem”,
tampouco de quando ela termina. Para os fins desta Situação de
Aprendizagem, nos referiremos à faixa etária em que se encontram os
alunos do ensino médio, como “jovens”.
O
aspecto mais importante é que os jovens não são todos iguais. No
Brasil, essa realidade parece evidente do ponto de vista
sociodemográfico em função das enormes desigualdades sociais ainda
vigentes em nosso país. Porém, o que é interessante apontar, além
das diferenças que podemos observar em relação à origem social
dos jovens, ao sexo, ao local de moradia, ao grau de escolaridade,
entre outros fatores, são as diversidades quanto aos hábitos de
consumo, às práticas de lazer, de fruição e de produção de
cultura e também de produção de identidades.
Embora
os interesses, os hábitos de lazer e o comportamento das pessoas
mais novas, em geral, tendam a ser diferentes daqueles das pessoas
mais velhas, até a década de 1950, aproximadamente, não se podia
dizer que os jovens se destacavam como possuidores de uma “cultura
própria”, ou como consumidores de produtos específicos e
praticantes de atividades de lazer circunscritas a esta faixa etária.
Ser jovem era mais uma fase da vida antes de se tornar adulto, com
suas fragilidades e especificidades. O jovem precisava ser
“preparado” para se tornar um cidadão, segundo determinados
padrões considerados adequados, dependendo da sociedade na qual
estava inserido. Esse quadro começou a mudar com o surgimento da
cultura e da comunicação de massa, após a Segunda Guerra Mundial.
Os Estados Unidos foram o primeiro país a se beneficiar do novo
ciclo de desenvolvimento industrial deslanchado com o final da
guerra, quando houve uma ampla diversificação da produção e o
aumento significativo dos níveis de emprego e dos benefícios do
Estado de Bem-Estar Social. Esse período também foi caracterizado
pelo crescente consumo, ampliado pela criação de novos bens e pelo
aumento da importância dos meios de comunicação. Nessa época, a
escolaridade obrigatória foi estendida e houve uma significativa
ampliação da oferta de empregos para os jovens recém-saídos do
sistema educacional. Essas condições sociais e econômicas
proporcionaram a emergência de novos estilos juvenis de vida.
A
lógica por detrás da marcação das diferenças entre grupos de
jovens que buscavam ora seguir as tendências da moda, ora se
contrapor ao contexto político e social vigente, opera de várias
formas, aqui vamos destacar: por meio do lazer, da música e da
contestação.
Por
meio do lazer:
os grupos de colegas e amigos se reúnem em seu tempo de lazer a
fim
de se divertir juntos. Desenvolvem estilos próprios de vestuário,
cheios de simbolismos, e elegem elementos privilegiados de consumo,
que se tornam também simbólicos e em torno dos quais criam
identidades distintas.
Por
meio da contestação:
outros grupos de jovens, reunidos por afinidades de classe e origem
social, buscam elaborar uma resposta diferenciada daquelas
disponíveis, apropriando-se de forma peculiar de objetos providos
pelo mercado, pela indústria cultural, atribuindo-lhes novos
significados, a partir da inversão do seu uso original ou da reunião
de objetos díspares em um conjunto inusitado cujo propósito é
causar estranheza, criando estilos divergentes em contraposição a
outros grupos sociais.
Por
meio da música:
o consumo de diferentes estilos musicais é um dos aspectos
fundamentais na formação de grupos de jovens que se reúnem para
ouvir, tocar, compor e se apresentar em conformidade com o tipo de
música de sua preferência. O estilo musical, além de funcionar
como marcação identitária, serve para comunicar e expressar
ideologias políticas, filosofias de vida, modos de pensar sobre a
realidade, manifestações sobre sentimentos em relação aos
problemas sociais vivenciados no cotidiano, denúncias, protestos
etc.
Questões:
1-
Quais são as formas destacadas no texto, de marcação de
diferentes grupos entre os jovens?
2-
Cite exemplos de diferenciação dos jovens por meio música?
3-
Segundo o texto, qual foi o primeiro país a se beneficiar com o novo
ciclo de desenvolvimento capitalista depois da segunda guerra
mundial? O que este contexto proporcionou aos jovens?
Dúvidas: jamaral@prof.educacao.sp.gov.br
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário