segunda-feira, 27 de julho de 2020

Atividade de Sociologia - Divisão Social do Trabalho.

E. E. Dr. Tolentino Miraglia .

DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO

Leitura e análise de texto
A divisão do trabalho existiu em todas as sociedades, desde o momento em que os seres humanos começaram a trocar coisas e produtos, criando uma interdependência entre si.
Assim, o artesão troca o produto de seu trabalho, o tecido, pelo algodão, cultivado pelo agricultor. A base da troca está na necessidade que o indivíduo tem de produtos que ele não produz. A divisão do trabalho deriva, portanto, do caráter específico do trabalho humano e ocorre quando os seres humanos, na vida em sociedade, dividem entre si as diferentes especialidades e ofícios. A divisão do trabalho em ofícios ou especialidades existiu em todas as sociedades conhecidas e um dos seus principais fatores é a divisão sexual do trabalho. Ou seja, havia uma divisão entre especialidades ou ofícios preferencialmente atribuídos às mulheres e outros preferencialmente atribuídos aos homens.  Em diversas sociedades indígenas, até hoje, há uma divisão sexual do trabalho, isto é, há trabalhos que são exercidos por homens e outros que só são exercidos por mulheres, nessas sociedades a caça é um trabalho masculino, o plantio e a colheita são trabalhos femininos.

Émile Durkheim e a Divisão Social do Trabalho
Para Durkheim (1858-1917) , os princípios da divisão do trabalho são mais morais do que econômicos. São os fatores que unem os indivíduos numa sociedade, pois geram um sentimento de solidariedade entre aqueles que realizam as mesmas funções.

A manufatura se estendeu de meados do século XVI ao último terço do século XVIII, sendo substituída pela grande indústria. Na manufatura, foram introduzidas algumas inovações técnicas que modificaram a forma como o trabalho era organizado. Aos poucos, o trabalhador foi deixando de ser responsável pela produção integral de determinado objeto e passou a se dedicar unicamente a uma atividade. A divisão do trabalho foi acelerada, fazendo que um produto deixasse de ser obra de um único trabalhador e se tornasse o resultado da atividade de inúmeros trabalhadores. Dessa maneira, o produto passava por vários trabalhadores, cada um acrescentando alguma coisa a ele e, no final do processo, o produto era o resultado não de um trabalhador individual, mas de um trabalhador coletivo. Essa é a divisão do trabalho que persiste na sociedade capitalista, e que se caracteriza pela especialização das funções, ou seja, pela especialização do trabalhador na execução de uma mesma e única tarefa, especializando também o seu corpo nessa operação. Na divisão manufatureira do trabalho, o ser humano é levado a desenvolver apenas uma habilidade parcial, limitando o conjunto de habilidades e capacidades produtivas que possuía quando era artesão. É isso que torna o trabalhador dependente e o faz vender a sua força de trabalho; e esta só serve quando comprada pelo capital e posta a funcionar no interior da oficina. Segundo Karl Marx, essa divisão do trabalho tinha como objetivo o aumento da produtividade e o aperfeiçoamento do método do trabalho e teve como resultado o que ele chama de “a virtuosidade do trabalhador mutilado” 1 , com a especialização dos ofícios. Na manufatura, portanto, a produtividade do trabalho dependia da habilidade (virtuosidade) do trabalhador e da perfeição de suas ferramentas, e já havia o uso esporádico de máquinas. Foi apenas com o surgimento da grande indústria que a máquina passou a desempenhar um papel fundamental, primeiro, com base na mecânica, depois, na eletrônica e, atualmente, na microeletrônica.
Marx utiliza o termo “mutilado” para enfatizar a limitação das habilidades do trabalhador, reduzido ao exercício de uma única e repetitiva atividade.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

Questões:

1- O que é divisão do trabalho para Durkheim?
2- Para Marx como se caracteriza a divisão do trabalho na sociedade capitalista?
3- Nas sociedades indígenas, citadas no texto, como se dá a divisão do trabalho?

Nenhum comentário:

Postar um comentário